Amile - 2º capítulo
Era de manhã quando Amile saiu da Igreja, depois de pegar cinco reais na cestinha do ofertório. Não ficou até o fim da missa de domingo, pois não ligava para religião.
Foi até um supermercado perto da Igreja, comprar doces e coca-cola, mas a caminho do supermercado, viu uma barraca de bijuterias. Brincos, colares, pulseiras e anéis, tudo folheado a ouro, encheram os olhos de Amile. Aproximou-se da barraca desejando aqueles acessórios da vaidade feminina.
— Fique a vontade – disse o vendedor – se quiser pode experimentar – completou. Amile colocou um anel e ficou admirando ele como se fosse a pessoa mais importante do mundo.
— Que tal esse colar – falou o vendedor, pegando um colar e colocando nas mãos de Amile.
— É lindo – admirou-se ela, colocando-o em seu pescoço. O vendedor pegou um espelho e segurou diante dela.
— O colar realçou sua beleza, ficou mais bonita, parece até atriz de novela.
— Verdade – admirou-se a moça.
— Claro, uma atriz de novela.
— Quanto custa?
— Não se preocupe com isso, me diga o seu nome?
— Amile.
— Quando aproximou-se da barraca Amile, senti em você uma ternura e beleza inocente. Percebi que é sozinha, não tem família, não tem casa e nem onde comer.
— Como sabe disso?
— Nenhuma garota de família anda de pés descalços e seus olhos brilhando por um simples colar, revelaram sua simplicidade. Eu sou Márcio e quero ajudar você.
— Me ajudar como? Por acaso vai me dar esse colar.
— Vou lhe uma oportunidade de usufruir de sua beleza.
— Como assim usufruir da minha beleza? Se é que eu tenha.
— Garotas bonitas ganham muito dinheiro sendo modelos, você não gostaria de se tornar uma.
— Claro que gostaria! Mas não é para qualquer uma.
— É só falar com a pessoa certa. Se quiser, posso levá-la até uma agência de modelos.
— Está falando sério.
— Pode confiar em mim.
Algumas horas depois, Márcio levou Amile até um bairro nos subúrbios da capital paulista, em um edifício, onde no oitavo andar, funcionava o que parecia ser uma agência de modelos.
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