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sábado, 28 de junho de 2008

Marcos Kostenbader Valle


Nasceu no Rio de Janeiro em 14 de setembro de 1943, compositor, cantor, instrumentista e arranjador brasileiro, Valle foi um dos principais nomes da música popular brasileira nos anos 60 e começo dos 70. Já no início do século XXI, tornou-se ídolo em países como o Japão, lugar no qual passou a ser um ícone da música brasileira. É irmão do letrista Paulo Sérgio Valle e primo do compositor Pigarilho. Seu último trabalho é o CD e DVD "Conecta", lançado em 2008.
Estudou piano clássico e teoria musical na infância, e mais tarde violão. Começou a freqüentar os bares e casas noturnas que davam espaço para grupos de jazz e jam sessions e formou em 1961 um conjunto com Edu Lobo e Dori Caymmi que chegou a apresentar-se algumas vezes. Com seu irmão e letrista Paulo Sergio Valle, comporia músicas de sucesso e em 1964 lançou o LP "Samba Demais", disco de estréia, com arranjos de Eumir Deodato.
No ano seguinte foi para os Estados Unidos, lançando "Samba de Verão" com grande êxito, superando até os Beatles na parada de execução da revista Billboard. "Preciso Aprender a Ser Só" e "Terra de Ninguém" são outros destaques dessa época, junto com "Samba de Maria", "O Amor É Chama", "Viola Enluarada" (gravada em duo com Milton Nascimento), "Dia de Vitória", "Gente", "Seu Encanto" e "Ao Amigo Tom".
Nos anos 1970, aproximou-se mais do pop e do soul. Em seguida, compondo trilhas de novelas, sua enorme lista de sucessos passou a incluir ainda "Quarentão Simpático", "Com Mais de Trinta", "Mustang Cor de Sangue", "Os Grilos" (numa regravação black), "Freio Aerodinâmico", "Que Bandeira", "Black Is Beautiful" (sucesso também com Elis Regina), "O Cafona" e "Não Tem Nada Não".
Nos Estados Unidos, trabalhou com Airto Moreira e Leon Ware, papa da soul music, e com o grupo Chicago, que gravou música sua e a parceria Valle/Peter Cetera. Na década de 80 deu uma guinada mais pop e teve alguns sucessos como "Estrelar" e "Bicicleta". Marcos Valle foi um compositor da chamada "segunda geração" da bossa nova, que se dividiu ideologicamente entre "participante" e "alienada".
Seu estilo suingado e dançante, apoiado em grooves inovadores, adaptou-se à demanda das pistas de dança européias, onde foi redescoberto e "relançado" com muito sucesso na década de 90, no meio da febre do drum'n'bass, criando um novo estilo, o drum'n'bossa. Seus discos na gravadora Odeon foram relançados, primeiramente no Japão, e outros foram gravados, especialmente pela gravadora londrina Far Out.
O reconhecimento de Marcos Valle é notório não só no velho continente. Graças ao seu sucesso, ele tem excursionado também pelos Estados Unidos e pelo Japão. Em 2004, a cantora Emma Bunton, ex-integrante das Spice Girls, gravou uma composição do brasileiro em seu álbum “Free Me”. A música “Crickets Sing for Anamaria” é uma versão em inglês de “Os Grilos”, escrita pelo compositor, em 1967, para a sua primeira esposa e cantora Anamaria Valle, que faz duos com ele no disco "Samba ´68". A gravação de Emma foi considerada pelos críticos britânicos como um dos destaques do CD da cantora.
Em 2005, o compositor lançou “Jet-Samba”. Gravado no Rio de Janeiro, o disco traz releituras das canções "Selva de Pedra", "Campina Grande" e "Esperando o Messias" e novas composições como "Posto 9" e "La Petite Valse". O êxito de Jet-Samba” junto à crítica foi confirmado com a sua premiação pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), em 2005. Além disso, o show de lançamento do CD ficou entre os melhores do ano na lista do jornal O Globo.
Em 2008, Valle teve sua turnê 'Conecta' gravada no Cinematèque, em Botafogo, Rio de Janeiro. O registro saiu em CD e DVD e contou com as participações dos músicos DJ Plínio Profeta, DJ Nado Leal, Marcelo Camelo (vocalista e guitarrista da banda Los Hermanos), +2 e Fino Coletivo.

Discografia
Samba demais (1964)
O compositor e o Cantor (1965)
Braziliance! A música de Marcos Valle (1967)
Viola enluarada (1967)
Samba'68 (1968) Verve (EUA)
Mustang cor de sangue (1969)
Marcos Valle (1970)
Garra (1971)
Vento Sul (1972)
Previsão do tempo (1973)
Marcos Valle (1974)
Vontade de Rever Você (1981)
Marcos Valle (1983)
Tempo da Gente (1986)
Nova Bossa Nova (1998)
Bossa entre Amigos (2001) (Com Roberto Menescal e Wanda Sá)
Escape (2002)
Contrasts (2003)
Live in Montreal (2004)
Jet-Samba (2005)
Conecta - Ao vivo no Cinematèque (2008)









Corro por dinheiro, ra ra
até jogar no chão meu corpo inteiro, ra ra
eu vou morar no centro da cidade, ra ra
eu não conheço nem minha cidade, ra ra
mas eu vou vencer

quero a realidade, ra ra
eu sei ganhar dinheiro de verdade, ra ra
se eu não morrer até o fim do ano, ra ra
eu prego capital a todo pano, ra ra
se eu não morrer

e se Deus quiser
aí eu vou parar e vou olhar
a vida que eu não vi
coisas como o amor,
e as coisas claras como a luz do sol,
e o tempo que eu perdi..

Corro por dinheiro, ra ra
até jogar no chão meu corpo inteiro, ra ra
eu vou morar no centro da cidade, ra ra
eu não conheço nem minha cidade, ra ra
mas eu vou vencer
se eu não morrer

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Alfredo José da Silva


Nasceu no Rio de Janeiro em 19 de maio de 1929. Seus estudos de piano começaram aos nove anos de idade, com Geni Borges. Logo se interessou por compositores do cinema norte-americano como George Gershwin e Cole Poter. Aos 14 anos formou um conjunto musical, com seus amigos de Vila Isabel, que tocavam na praça Sete, atual praça Barão de Drummond. Estudou no Colégio Pedro II. Entrando em contato com o Instituto Brasil-Estados Unidos, foi convidado para participar de um grupo artístico. Uma amiga americana sugeriu o no de Johnny Alf.
Dick Farney e Nora Ney o contratam como pianista da nova Cantina do César, de propriedade do radialista César de Alencar, em 1952. Iniciando assim, a sua carreira profissional. Mary Gonçalves, atriz e Rainha do Rádio, estava sendo lançada como cantora, e escolheu três canções de Johnny: Estamos sós, O que é amar e Escuta para fazerem parte do seu longplay Convite ao Romance. Foi gravado seu primeiro disco em 78 rpm, com a música Falsete de sua autoria, e De cigarro em cigarro (Luís Bonfá). Tocou nas boates Monte Carlo, Mandarim, Clube da Chave, Beco das Garrafas, Drink e Plaza.
Duas músicas se destacaram neste período: Céu e mar e Rapaz de bem (1953), consideradas a melodia e a harmonia, como músicas revolucionárias e precursoras da Bossa Nova. Em 1955 foi para São Paulo, tocando na boate Baiuca e no bar Michel, com os iniciantes Paulinho Nogueira, Sabá e Luís Chaves. Em 1962 voltou ao Rio de Janeiro, se apresentando no Bottle's Bar, junto com o conjunto musical Tamba Trio, Sérgio Mendes, Luís Carlos Vinhas e Sylvia Telles. Apresentava-se no Litlle Club e Top, o conjunto formado por Tião Neto (baixista) e Edison Machado (baterista). Em 1965 realizou uma turnê pelo interior paulista. Professor de música no Conservatório Meireles, de São Paulo. Participou do III Festival da Música Popular Brasileira em 1967, da TV Record - Canal 7, de São Paulo, com a música Eu e a brisa, tendo como intérprete a cantora Márcia (esposa de Silvio Luiz. A música foi desclassificada, porém se tornando um dos maiores sucessos de sua carreira.

Discografia
1952 - Johnny Alf
1952 - Convite ao Romance - Mary Gonçalves
1954 - Johnny Alf (78 rpm)
1955 - Johnny Alf (78 rpm)
1958 - Johnny Alf (78 rpm)
1961 - Rapaz de bem (longplay)
1964 - Diagonal (Lp)
1965 - Johnny Alf - arranjos de José Briamonte
1968 - Johnny Alf e Sexteto Contraponto
1971 - Ele é Johnny Alf
1972 - Johnny Alf - compacto duplo
1974 - Nós
1978 - Desbunde total
1986 - Johnny Alf - Eu e a brisa
1990 - Olhos Negros - paticipação Gilberto Gil,Chico Buarque,Caetano Veloso, Roberto Menescal, Leny Andrade e outros.
1997 - Johnny Alf e Leandro Braga - Letra e música Noel Rosa
1998 - Cult Alf - Johnny Alf - gravado ao vivo
1999 - As sete palavras de Cristo na Cruz - Dom Pedro Casaldáliga
2001 - Johnny Alf - Eu e a Bossa - 40 anos de Bossa Nova

Participações especiais
1975 - 100 anos de Música Popular Brasileira - Projeto Minerva - série de oito álbuns produzidos e apresentado por Ricardo Cravo Albin, gravados ao vivo na rádio MEC do Rio de Janeiro. Cantando ao lado de Alaíde Costa e Lúcio Alves.
1984 - Trilha sonora da novela Anjo Mau, da Rede Globo, com a música O que é amar.
1998 - O show Noel Rosa - Letra e música, lançando um compact disc com o mesmo nome, foi realizado no Sesc Pompéia, em São Paulo. Incluindo a canção Noel, Rosa do Samba, de Paulo César Pinheiro.

Rapaz de Bem


Ilusão a Toa




Eu e a Brisa

Ah, se a juventude que essa brisa canta
Ficasse aqui comigo mais um pouco
Eu poderia esquecer a dor
De ser tão só
Prá ser um sonho

E aí, então, quem sabe alguém chegasse
Buscando um sonho em forma de desejo
Felicidade então prá nós seria

E depois que a tarde nos trouxesse a lua
Se o amor chegasse eu não resistiria
E a madrugada acalentaria a nossa paz

Fica, oh, brisa fica, pois talvez quem sabe
O inesperado faça uma surpresa
E traga alguém que queira te escutar
E junto a mim queira ficar...

domingo, 22 de junho de 2008

Elizeth Moreira Cardoso


Nascida em 16 de junho de 1920, Elizeth faleu aos 69 anos em 7 de maio de 1990
A Divina, foi uma das maiores divas da canção brasileira e um das mais talentosas intérpretes de todos os tempos, reverenciada pelo público e pela crítica.
Nasceu na rua Ceará, Estação de Trem de São Francisco Xavier, cantava desde pequena nos subúrbios cariocas, cobrando ingresso (10 tostões) das outras crianças para ouvi-la cantar os sucessos de Vicente Celestino. O pai, seresteiro, tocava violão e a mãe gostava de cantar.
Desde cedo precisou trabalhar e, entre 1930 e 1935, foi balconista, funcionária de uma fábrica de saponáceos e cabeleireira, até que o talento foi descoberto aos dezesseis anos, quando comemorava o aniversário. Foi então convidada para um teste na Rádio Guanabara, pelo chorão Jacob do Bandolim.
Apesar da oposição inicial do pai, apresentou-se em 1936 no Programa Suburbano, ao lado de Vicente Celestino, Araci de Almeida, Moreira da Silva, Noel Rosa e Marília Batista. Na semana seguinte foi contratada para um programa semanal na rádio.
Casou-se no fim de 1939 com Ari Valdez, mas o casamento durou pouco. Trabalhou em boates como taxi-girl, atividade que exerceria por muito tempo.
Em 1941, tornou-se crooner de orquestras, chegando a ser uma das atrações do Dancing Avenida, que deixou em 1945, quando se mudou para São Paulo para cantar no Salão Verde e para apresentar-se na Rádio Cruzeiro do Sul, no programa Pescando Humoristas.
Além do choro, Elizeth consagrou-se como uma das grandes intérpretes do gênero samba-canção (surgido na década de 30), ao lado de Maysa Matarazzo, Nora Ney, a maior intérprete do gênero, Ângela Maria e Dolores Duran. O gênero, comparado ao bolero, pela exaltação do tema amor-romântico ou pelo sofrimento de um amor não realizado, foi chamado também de dor-de-cotovelo ou fossa. O samba canção antecedeu o movimento da bossa nova (surgido ao final da década de 50, 1957), com o qual Maysa já foi identificada. Mas este último representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações em detrimento do drama e das melodias ressentidas, da dor-de-cotovelo e da melancolia.
Elizeth migrou do choro para o samba-canção e deste para a bossa nova gravando em 1958 o LP Canção do Amor Demais [1], considerado axial para a inauguração deste movimento, surgido em 1957. O antológico LP trazia ainda, também da autoria de Vinícius de Moraes e Tom Jobim, Chega de saudade, Luciana, Estrada branca, Outra vez. A melodia ao fundo foi composta com a participação de um jovem baiano que tocava seu violão de maneira original, inédita: o jovem João Gilberto.
Nos anos 60 apresentou o programa de televisão Bossaudade (TV Record, Canal 7, São Paulo). Em 1968 apresentou-se num espetáculo que foi considerado o ápice da carreira, com Jacob do Bandolim, Época de Ouro e Zimbo Trio, no Teatro João Caetano, em benefício do Museu da Imagem e do Som (MIS) (Rio de Janeiro). Considerado um encontro histórico da música popular brasileira, onde foram ovacionados pela platéia; long-plays (Lps) foram lançados em edição limitada pelo MIS. Em abril de 1965 conquistou o segundo lugar na estréia do I Festival de Música Popular Brasileira (TV Record) interpretando Valsa do amor que não vem (Baden Powell e Vinícius de Moraes); o primeiro lugar foi da novata Elis Regina, com Arrastão.
Teve vários apelidos como A Noiva do Samba-Canção, Lady do Samba, Machado de Assis da Seresta, Mulata Maior, A Magnífica (apelido dado por Mister Eco) e a Enluarada (por Hermínio Bello de Carvalho). Nenhum desses títulos, porém, se iguala ao que foi consagrado por Haroldo Costa –- A Divina -- que a marcou para o público e para o meio artístico.
Elizeth Cardoso lançou mais de 40 LPs no Brasil e gravou vários outros em Portugal, Venezuela, Uruguai, Argentina e México.







Elizeth Cardoso e Zimbo Trio - 1970




Novamente juntos eu e o violão
Vagando devagar, por vagar
Cantando uma canção qualquer, só por cantar
Mercê da solidão
Vadiando em vão por aí
Nós vamos seguir,
Outra rua, outro bar, outro amigo, outra mão
Qualquer companheira, qualquer direção
Até chegar em qualquer lugar
Qualquer que seja a morte ao chegar
Jamais meu violão me abandonará
Se eu sofri, foi inútil viver
Já mais nada me resta saber
Quero ouvir meu violão gemer
Até eu me serenizar
Se eu sofri, foi inútil viver
Já mais nada me resta saber
Quero ouvir meu violão gemer
Até eu me serenizar

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Danilo Candido Tostes Caymmi


Nasceu no Rio de Janeiro em 7 de março de 1948. Músico, cantor, compositor e arranjador brasileiro, filho de Dorival Caymmi e Stella Maris, e irmão de Dori e Nana Caymmi. Começou a tocar flauta e violão na adolescência. Abandonou o curso de arquitetura no fim do curso.
Atuou como flautista e compositor, obteve o terceiro lugar no III Festival Internacional da Canção, na fase nacional, transmitido pela Rede Globo, em 1968, com a canção Andança, sendo seus parceiros na composição da canção Edmundo Souto e Paulinho Tapajós), lançando a cantora Beth Carvalho e vocal de Golden Boys.
Fez sucesso com a canção Casaco Marrom do próprio Danilo Caymmi, Guarabyra, na voz da cantora Evinha. Danilo trabalhou com seus irmãos e fez espetáculos em 1973 com Edu Lobo. Em 1983 entra para o conjunto musical Banda Nova de Tom Jobim. Foi convidado pela TV Globo (Rede Globo) a escrever trilhas musicais para alguns seriados e novelas como Riacho Doce, Teresa Batista, Corpo e Alma e Mulheres de Areia, sendo lançado o longplay Trilhas.
Em 2001 participou com Roberto Menescal, Marcos Valle e Wanda Sá do Fare Festival, realizado em Pavia, na Itália pela Società dell´Academia.
Fez turnê nas seguintes cidades Estocolmo, na Suécia, Helsinki na Finlândia e em Moscou na Rússia.

Discografia
1964 - Caymmi visita Tom - participou como flautista
1967 - primeira gravação - De gravação (com Edmundo Souto
1968 - Andança - Danilo Caymmi/Edmundo Souto/Paulinho Tapajós
1969 - Casaco Marrom - Danilo Caymmi e Gutenberg Guarabyra
1973 - Beto Guedes, Danilo Caymmi, Novelli e Toninho Horta
1977 - Cheiro Verde
1986 - Caymmi's Grandes Amigos - Nana, Dori e Danilo Caymmi
1987 - Brasil Nativo - "Passarim" - Tom Jobim - Família Caymmi: Dorival Caymmi, Dori Caymmi, Nana Caymmi e Danilo Caymmi - ao vivo
1992 - Até o fim, Danilo Caymmi e Família Caymmi em Montreux
1994 - Danilo Caymmi
1995 - Sol Moreno
1997 - Mistura Brasileira
1998 - Eu, você, nos dois
2001 - Trilha
Em comemoração aos noventa anos do pai, lançou junto com seus irmãos Nana e Dori o compact disc Para Caymmi de Nana, Dori e Danilo, com os maiores sucessos de Dorival Caymmi.







eu guardo em mim
dois corações
um que é do mar
um das paixões
um canto doce
um cheiro de tem...poral
eu guardo em mim
um deus, um louco, um santo
um bem e um mal
eu guardo em mim
tantas canções
de tanto mar
tantas manhãs
encanto doce
o cheiro de um vendaval
guardo em mim
o deus, o louco, o santo
o bem, o mal

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Claudette Colbert Soares


Ela nasceu no Rio de Janeiro, em 31 de outubro de 1937. Começou sua carreira muito cedo, fo revelada no programa A raia miúda, de Renato Murce, na rádio Nacional. Apresentou-se no programa da rádio Maúa, Clube do guri, de Silveira Lima. Depois também se apresentou no programa Papel carbono, de Renato Murce. Na rádio Tupi participou do programa Salve o baião !, conhecendo Luiz Gonzaga, o Rei do baião, que a apelidou de Princesinha do baião. Silvinha Telles chamou-a para substituí-la como cantora, na boate do Plaza, no final da década de 1950. Dividiu o palco com Luiz Eça, João Donato, Baden Powell e Milton Banana e outros músicos. Participo do programa de TV - Brasil 60, da apresentadora de TV e atriz Bibi Ferreira, pela TV Excelsior - canal 9, de São Paulo. Divulgou as canções da Bossa nova em São Paulo, nas casas noturnas Baiúca, Cambridge e João Sebastião Bar. Inaugurou a boate Ela, cravo e canela, junto com o pianista Pedrinho Mattar, apresentando o espetáculo Um show de show. Em 1967, compareceu ao programa de TV, Jovem Guarda, da TV Record, (Rede Record), canal 7 de São Paulo; interpretando Como é grande o meu amor por você (Roberto Carlos/Erasmo Carlos). Casou-se com o músico Júlio César Figueiredo, em 1972. Seu grande sucesso, De tanto amor, foi um presente de casamento dado por Roberto Carlos, que foi seu padrinho. Vindo a se divorciar na década de 1990. Tinha um projeto junto com Dick Farney, gravar uma série de músicas brasileiras, mas com a morte do amigo, o projeto foi abandonado. Claudette retomou a sua carreira artística, depois do seu divórcio. Fez turnês por Paris e Lisboa.

Discografia
1958 - Foi a noite - 78rpm
1964 - A dona da bossa - longplay e compact disc - gravadora Mocambo
1966 - Primeiro tempo 5x0 - com Taiguara e Jongo Trio - LP - gravadora Philips
1967 - Claudette Soares - LP - gravadora Philips
1968 - Gil, Chico e Veloso por Claudette Soares - LP - gravadora Philips
1969 - Claudette Soares - LP - gravadora Philips
1969 - Quem não é a maior tem que ser a melhor - LP - gravadora Philips
1970 - Claudette nº 3 - LP - gravadora Philips
1971 - De tanto amor - LP - gravadora Philips
1974 - Você - LP - gravadora EMI-Odeon
1976 - Tudo isso é amor - com Dick Farney - LP/CD - gravadora EMI-Odeon
1976 - Fiz do amor meu canto - LP - gravadora EMI-Odeon
1977 - Tudo isso é o amor vol. 2 - com Dick Farney - LP - CD - gravadora EMI-Odeon
1995 - Vida real - CD - gravadora Imagem/Movieplay
2000 - Claudette Soares ao vivo - CD - gravadora Som Livre
2002 - Claudette Soares & Leandro Braga - CD - gravadora CIA
2007 - Boa noite - homenagem a Tom Jobim e a Silvinha Telles.

Canção da Tristeza


Se eu pudesse dizer que te amei


Vivo Sonhando


Vivo sonhando
Sonhando mil horas sem fim
Tempo em que vou perguntando
Se gostas de mim
Tempo de falar em estrelas
Falar de um mar
De um céu assim
Falar do bem que se tem mas você não vem
Não vem
Você não vindo,
Não vindo a vida tem fim
Gente que passa sorrindo zombando de mim
E eu a falar em estrelas, mar, amor, luar
Pobre de mim que só sei te amar

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Astrud Evangelina Weinert


Nascida em 29 de março de 1940, é uma cantora brasileira de samba e bossa nova de fama internacional.
Nascida na Bahia, filha de mãe brasileira e pai alemão, mudou-se para o Rio de Janeiro com sua família, em 1947.
Astrud casou-se com João Gilberto em 1959 e mudou-se para os Estados Unidos em 1963, ano em ela participou do álbum Getz/Gilberto juntamente de seu marido, do músico Stan Getz e do também brasileiro Tom Jobim. Astrud, que nunca havia cantado profissionalmente antes, participou das gravações por convite de seu marido. Astrud e João divorciaram-se em 1964. Subseqüentemente, João Gilberto retornou ao Brasil, mas Astrud Gilberto continua residindo nos Estados Unidos, desde 1963.
O sucesso do trabalho de Astrud Gilberto na canção The Girl from Ipanema tornou-a um nome proeminente na música do jazz, e logo começou a fazer gravações solo.
Embora Astrud tenha começado como intérprete de bossa nova brasileira e jazz americano, passou também a gravar composições próprias na década de 1970. A canção "Astrud" , interpretada pela cantora polaca Basia é um tributo a ela.
Astrud Gilberto recebeu o prêmio Latin Jazz USA Award for Lifetime Achievement (1992) e foi incluída no International Latin Music Hall of Fame, em 2002.
A cantora também tornou-se conhecida pelo seu trabalho como artista pintora, assim como pelo apoio e contribuição que tem dado a proteção dos animais.

Discografia
Stan Getz e Astrud Gilberto - Getz Au-Go-Go (Verve, 1964)
The Astrud Gilberto Album (Verve, 1964)
The Shadow Of Your Smile (Verve, 1965)
Look To The Rainbow (Verve, 1965)
Beach Samba (Verve, 1966)
A Certain Smile, A Certain Sadness with Walter Wanderley (Verve, 1967)
Windy (Verve, 1968)
September 17, 1969 (Verve, 1969)
Gilberto Golden Japanese Album (Verve, 1969)
I Haven't Got Anything Better To Do (Verve, 1970)
Astrud Gilberto With Stanley Turrentine (CTI, 1971)
Astrud Gilberto Now (Perception, 1972)
That Girl From Ipanema (Audio Fidelity, 1977)
Astrud Gilberto Plus James Last Orchestra (Polygram, 1987)
Live In New York (Pony Canyon, 1996)
Temperance (album) (Pony Canyon, 1997)
Jungle (Magya, 2002)
The Diva Series (Verve, 2003)
Trilhas sonoras
The Deadly Affair (Verve, 1965)
Outros álbuns com participação de Astrud Gilberto
Stan Getz and João Gilberto - Getz/Gilberto (Verve, 1963)
Shigeharu Mukai and Astrud Gilberto - So & So - Mukai Meets Gilberto (Denon, 1982)
Michael Franks - Passionfruit (album) (Warner Bros., 1983)
Etienne Daho - Eden (album) (Virgin, 1996)
George Michael - Ladies And Gentleman - Best of George Michael (Sony, 1998)









Manhã tão bonita manhã
De um dia feliz que chegou
O SOL NO CÉU surgiu
E em cada cor brilhou

VOLTOU O sonho então
Ao coração

Depois deste dia feliz
Não sei se outro dia haverá
É nossa manhã tão bela afinal
Manhã de carnaval

La ra ra rara
Canta o meu coração
A alegria voltou
Tão feliz
A manha desse amor

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Alaíde Costa Silveira Mondin Gomide


Começou no programa A raia miúda de Renato Murce. Com um canto suave e sussurrado, é considerada uma das perfeitas vozes do país. Emplacou em 1964 com Onde está você?, seu grande sucesso, que embalou os casais. Com quinze discos gravados em cinqüenta anos de carreira, participou dos principais programas de televisão e de rádio no eixo Rio-São Paulo. Tema de reportagens de jornais e revistas, participou de festivais internacionais e recebeu importantes prêmios e homenagens de expoentes da música popular brasileira. Uma das grandes referências musicais do movimento surgido em 1957, a bossa nova, frequentava a boemia do Beco das Garrafas, em Copacabana.
Alaíde Costa Silveira Mondin Gomide nasceu no Rio de Janeiro RJ em 8 de dezembro de 1935. Começou a cantar em programas infantis do radio: com 13 anos venceu um concurso de melhor cantora jovem, promovido por Paulo Gracindo, no seu programa Seqüência G3, da Tupi, do Rio de Janeiro, e, no ano seguinte, participou do Arraia Miúda, apresentado por Renato Murce, na Radio Nacional. A partir de 1952, passou a freqüentar os programas de calouros A Hora do Pato e Pescando Estrelas, este apresentado por Ary Barroso na Radio Clube do Brasil, pe1a qual foi contratada. Em 1957 gravou seu primeiro 78 rpm, pela Odeon, Tarde demais (Hélio Costa e Anita Andrade), que !he valeu o prêmio de Revelação do Ano. Ainda em 1957, lançou outro 78 rpm com Conselhos (Hamilton Costa e Richard Frano) e Domingo de amor (Fernando César), também na Odeon. Ouvindo-a, João Gilberto procurou atrai-la para o movimento musical que estava sendo formado, conseguindo que, em 1959, gravasse músicas da bossa nova no seu primeiro LP na RCA, Alaíde canta suavemente, onde foram incluídas Estrada branca (Tom Jobim e Vinícius de Morais), Lobo bobo (Carlos Lira e Ronaldo Bôscoli), grande sucesso, e Minha saudade (João Donato e João Gilberto). Na mesma época participou de vários shows de bossa nova no Rio de Janeiro. Em 1960 teve sua primeira oportunidade em São Paulo SP, participando do show Festival nacional da bossa nova, realizado no Teatro Record. Casando-se em 1962, mudou-se para São Paulo, onde, dois anos mais tarde, recebeu verdadeira consagração no show O fino da bossa, realizado no Teatro Paramount, cantando Onde está você (Oscar Castro Neves e Luverci Fiorini), musica das mais marcantes em seu repertório, que lhe valeu um contrato por dois anos com a TV Record. Com o sucesso, vieram os convites e as apresentações de 1964 e 1965: temporada no teatro Santa Rosa, no Rio de Janeiro, com Oscar Castro-Neves, participação no I Festival Universitário da TV Tupi, de São Paulo, apresentação no recital de canções renascentistas Alaíde alaúde, com o maestro Diogo Pacheco, no Teatro Municipal de São Paulo. A partir de 1966, problemas de saúde (sua audição, cada vez pior, interferia no canto), e uma acentuada fidelidade ao tipo de música que havia cantado ate então, levaram-na a se afastar da vida artística, voltando a aparecer em 1972, quando participou da faixa Me deixa em paz, do LP Clube da Esquina, de Milton Nascimento, com quem realizou também varias apresentações no Teatro Teresa Raquel e na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro. Ainda em 1972, voltou a gravar, lançando dois compactos: um simples, com Diariamente (Paulo César Girao e Gerson) e Antes e depois (Oscar Castro-Neves); e um duplo com Diz (Walter Santos e Teresa Sousa), Enlouqueci (Luís Soberano, Valdomiro Pereira e João Sales), Ansiedade (Paulinho da Viola) e E a gente sonhando (Milton Nascimento). Lançou no ano seguinte, na Odeon, o segundo LP, produzido por Aluísio de Oliveira, que se intitulou Alaíde Costa & Oscar Castro-Neves, cantando, entre outras, Retrato em branco e preto (Chico Buarque e Tom Jobim) e Sabe você (Carlos Lira e Vinícius de Morais). Outro compacto duplo foi lançado, em 1974, com Calvário (Marcos Calazans e Cau Pimentel), Avenida fechada (Elton Medeiros, Cristóvão Bastos e Antônio Valente), Primavera (Carlos Lira e Vinícius de Morais) e O rei da França na ilha da assombração (Zé Di), samba-enredo do Salgueiro. Regravou Onde está você, em 1975, num compacto simples. Um ano depois, lançou o LP Coração, pela Odeon. Em 1982 gravou Águas vivas, produção independente que mais tarde daria origem ao CD Alaíde Costa e João Carlos Assis Brasil (1995), lançado no Brasil e na França pela WEA. Lançou em 1988 o LP independente Amiga de verdade, em que canta ao lado de Paulinho da Viola, Milton Nascimento, Ivan Lins, Egberto Gismonti e outros. Três anos mais tarde estreou em São Paulo os espetáculos Coração violão, acompanhada por Paulinho Nogueira, e Alaíde Costa canta Tom Jobim. Em 1994 apresentou-se no Rio de Janeiro, ao lado do pianista João Carlos Assis Brasil; o espetáculo foi registrado em CD e lançado pela Movieplay em 1995. Em setembro de 1997, José Miguel Wisnik convidou-a para participar do evento Rumos Musicais, do Instituto Cultural Itaú, de São Paulo. Como compositora, fez letra e musica de Afinal, e parcerias com Vinícius de Morais, Geraldo Vandré, Johnny Alf, Paulo Alberto Ventura e Hayblan.

Se Deus der bom tempo


Bom Dia


Caminhos Cruzados


Quando um coração que está cansado de sofrer
Encontra um coração também cansado de sofrer
É tempo de se pensar
Que o amor pode de repente chegar
Quando existe alguém que tem saudade de outro alguém
E esse outro alguém não entender
Deixe esse novo amor chegar
Mesmo que depois seja imprescindível chorar
Que tolo fui eu que em vão tentei raciocinar
Nas coisas do amor que ninguém pode explicar
Vem nós dois vamos tentar
Só um novo amor pode a saudade apagar

terça-feira, 10 de junho de 2008

Baden Powell de Aquino


Baden Powell é considerado um dos maiores violonistas de todos os tempos e um dos compositores mais expressivos da nossa música. Criador de um estilo próprio, foi o violonista mais influente de sua geração, tornando-se uma referência entre os violões havidos e a haver. Sua música rompe as barreiras que separam a música erudita da música popular, trazendo consigo as raízes afro-brasileiras e o regional brasileiro.
Baden nasceu no dia 06 de Agosto de 1937 em uma cidadezinha no norte do estado Fluminense chamada "Varre-e-Sai". Ele nunca soube me dizer porquê a cidade tem esse nome, mas sempre falou dela com muito amor. Dizia que seu pai o havia ensinado a ter saudades de "Varre-e-Sai". Meu avô se chamava Lilo de Aquino, mas tinha o apelido de "Tic", era sapateiro de profissão e chef de escoteiro. Meu pai ganhou o nome de Baden Powell em homenagem ao fundador do escotismo: o General britânico Robert Thompsom S. S. Baden Powell.
A música faz parte da história da nossa família há algumas gerações, meu bisavô, Vicente Thomaz de Aquino, foi um fazendeiro negro que fundou talvez uma das primeiras e únicas bandas de escravos que tocavam e cantavam suas raízes. Sempre ouví muitas histórias de meus ascendentes mas infelizmente não conheci meus avós. A família decidiu se mudar para o Rio de Janeiro e com apenas três meses Baden tornou-se carioca do bairro de São Cristóvão. Crecseu ouvindo música; contava as histórias de seu pai, violinista amador, que fazia reuniões musicais em casa com os amigos Pixinguinha, Donga, João da Baiana, Jaime Florence (o "Meira"), entre outros bambas da música dessa época. Contava também que costumava acompanhar os saraus batucando no armário do quarto.
Com oito anos Baden se apaixonou por um violão que sua tia ganhara numa rifa. Ela não tocava nada e por isso o deixou pendurado na parede da sala. Baden ficava "namorando" o instrumento, mas era muito tímido pra pedir emprestado. Um dia não resistiu e pegou escondido o violão, enrolou-o em uma toalha e guardou debaixo da cama. Ficava descobrindo o som do instrumento e se encantando cada vez mais por ele, dizendo para si mesmo: "Eu vou tocar você!". Até que a mãe dele, limpando o quarto, achou o instrumento escondido e reagiu muito mal, exigindo que Baden o devolvesse a sua tia, coisa que ele se recusou. Quando "Seu Tic" chegou do trabalho, soube da história e entendeu que havia algum interesse se manifestando, ele decidiu iniciar o Baden nas primeiras posições de acordes do instrumento. Em poucas aulas Baden já havia esgotado o pouco conhecimento violonístico do pai e foi ecaminhado aos cuidados do Meira, grande mestre violonista que foi também professor de Rafael Rabello e Maurício Carrilho.
Baden aprendeu muito rápido, estudou violão clássico pela Escola de Tárrega e participava ainda iniciante das rodas de choro organizadas pelo professor: "O Meira colocava a gente sentado em volta da mesa e eu tinha que tocar tudo de ouvido, sem direito a erro, senão o pessoal brigava!", relembrava Baden.
A prática e convivência com os melhores músicos da época lhe valeram boa parte da sua sabedoria musical. Baden era um prodígio gênial e seu talento se desenvolveu muito rápido. No ano em que completou nove anos participou do programa de calouros "Papel Carbono", apresentado por Renato Murce na Rádio Nacional, e conquistou o primeiro lugar como calouro/solista de violão, interpretando o choro "Magoado" de Dilermando Reis. Concluiu o curso de violão em quatro anos, aos treze tinha no repertório uma transcrição própria do Muoto Perpetuo de Paganini. Um dia seus pais foram chamados por Meira, que lhes disse não ter mais nada a ensinar ao jovem virtuose. A partir daí, começou a atuar profissionalmente recebendo seus primeiros cachês em bailes e festas no suburbio e na boemia Lapa. O primeiro conjunto que formou foi um trio composto por Milton Banana na bateria e Ed Lincoln ao contrabaixo.
Terminado o ginásio no Instituto Cyleno, em São Januário, Baden começou a trabalhar como músico de orquestra na Rádio Nacional, e fez excursões pelo Brasil organizadas por Renato Murce onde os convidados principais eram artistas de cinema da época como Adelaide Chiozzo, Carlos Mattos, Eliana e Cyl Farney. Durante a década de 1950 integrou o Trio do pianista Ed Lincoln, atuando na Boite Plaza em Copacabana: ponto de encontro dos amantes da boa música, entre os quais figurava um certo jovem Antonio Carlos Jobim, admirador do violonista e também atuante na noite carioca. Sua fama de exelente músico se espalhou rápido e em pouco tempo ele já era um dos músicos mais requisitados entre cantoras, como Alaíde Costa e Elizeth Cardoso, e estúdios de gravação. Nessa mesma época Baden começou a compor com seus primeiros parceiros: Nilo Queiroz, Aloysio de Oliveira, Geraldo Vandré e Ruy Guerra. Nessa primeira leva nasceram "Deve ser amor", "Não é bem assim", "Rosa flor", "Conversa de poeta", "Vou por aí", "Canção à minha amada", mas seu primeiro grande sucesso veio em 1956: "Samba Triste" em parceria com Billy Blanco. No final da década de 50 ele gravou seu primeiro disco, "Apresentando Baden Powell e seu Violão", lançado pela gravadora Philips, que hoje é Universal.
No início da década de 60, Baden tocava na boate Arpège, em Copacabana, e recebeu a visita do poetinha Vinicius de Moraes, que foi assistí-lo. A parceria Tom & Vinicius já fazia barulho e Baden ficou muito entusiasmado com o convite do poeta para que fizessem umas "musiquinhas" juntos. "O Vinicius chegou me mostrando uma letra que ele disse ter feito pra toccata 147 de Bach, Jesus Alegria dos Homens, e cantarolou: - Entre as prendas com que a natureza… Aí eu pensei que ele era maluco, hahaha!". Marcaram uns três "bolos" (encontros aos quais, um dos dois sempre faltava) e depois se trancaram no apartamento do Vinicius durante quase três meses; violão, máquina de escrever e o melhor amigo do homem, segundo Vinicius, o cão engarrafado: Whiskie. O Vinicius, que ainda era diplomata, pediu uma licensa ao Itamarathy e ligou para os pais do Baden avisando que ele ia ficar em sua casa uns dias. Imagina, o Baden mal havia entrado na casa dos vinte e tomava guaraná! Durante esse período nacseram diversas composições, a primeira paerceria chama-se "Canção de ninar meu bem" e da mesma safra outras viraram clássicos da Bossa Nova e da MPB, como "Samba em Prelúdio", "Só por amor", "Bom dia amigo" e "O Astronauta". Entre essas parcerias se destaca uma suíte cuja a linha temática é a história dos Orixás (santos na religião do Candomblé), batizada de "Os Afros-Sambas", que talvez seja a obra mais característica da dupla. Em um depoimento Vinicius disse: "[…] o disco os 'Afros-Sambas' de Baden e Vinicius' realizou um novo sincretismo, deu uma dimensão mais universal ao candomblé afro-brasileiro".
E assim o movimento "Bossa Nova" ganhou uma nova vertente. O sucesso da dupla foi muito grande, Baden e Vinicius eram figurinhas fáceis no programa "O Fino da Bossa" apresentado por Elis Regina, que fez com que muitas dessas parcerias se tornassem sucessos. Conta a lenda que a letra do "Canto de Ossanha" foi escrita para Elis minutos antes de um programa ir ao ar, e ela cantou lendo o manuscrito do poeta como se já soubesse a música. A divina Elizeth Cardoso, amiga de Vinicius, também foi uma voz que imortalizou várias canções e sambas de Baden. Também Ciro Monteiro dedicou um disco à parceria chamado de "Baden e Vinicius".
Paulo César Pinheiro também foi um parceiro musical da maior relevância na obra de Baden. Juntos compuseram uma obra influenciada pelo samba e pelo choro, com letras inspiradas na liguagem popular e erudita. Paulo César Pinheiro é um letrista cuja poesia traduz fielmente as melodias de Baden. A obra desta parceria é uma evolução harmônica, melódica e poética do samba. O primeiro samba composto pela dupla foi "Lapinha", vencedor da I Bienal do Samba no ano de 1968, defendido por Elis Regina, que também imortalizou "Cai dentro", "Aviso aos navegantes", "Samba do perdão" e "Vou deitar e rolar".
Ainda durante a década de 60, Baden faz sua primeira visita à terra onde mais tarde se consagraria: a França. Na verdade, por motivos de força maior, Baden deixou de ir para os Estados Unidos, seu pai havia ficado muito doente e ele resolveu ficar no Brasil. Pouco tempo depois o “seu Tic” faleceu, deixando a lembrança de um Velho amigo, à quem Baden dedicou uma canção homônima, com letra do Vinicius.
Convencido por um amigo, não duvido muito que tenha sido o próprio Vinicius, de que a Europa tinha muito mais a oferecer do que os EUA, o Baden trocou sua passagem Rio-NY por uma Rio-Paris e embarcou para a cidade luz. Ele permaneceu na França por vinte anos e depois mais 5 na Alemanha, acho que ele realmente gostou de lá. O fato é que Baden se apaixonou por Paris e pelo povo francês, que o acolheu tão calorosamente. Chegando em Paris foi logo encaminhado ao Quartier Latin, bairro boêmio, onde se concentrava toda a juventude parisiense - reduto dos artistas e da efervecência cultural. Baden começou a tocar em pequenos restaurantes e bares e logo chamava atenção pela sua singularidade sonora. Ele sempre me disse para estar preparado musicalmente para qualquer situação, e me contava que entre duas músicas interpretava uma de suas releituras dos clássicos brasileiros como Manhã de Carnaval, captando a atenção de quem estava assistindo.
Ao final de três meses, prazo de isenção de visto concedido pela França a todo visitante, o compositor, ator e cineasta francês Pierre Barouh, que escreveu uma linda versão do "Samba da Benção" - "Samba Saravah" -, conseguiu que o Baden fizesse uma apresentação na primeira parte do show do cantor Jacques Brel. Foi a grande oportunidade de Baden: uma apresentação para um público entendido e apreciador de música. Bem como ele me aconselhou, estava mais do que pronto, e no final de seu concerto foi chamado mais 8 vezes de volta ao palco! Estavam na platéia agentes e empresários, diretores de gravadoras e jornalistas, todos impressionados e surpresos por uma música original e cheia de energia, que misturava samba com batuque, música clássica com improvisação, e lindas melodias dos já sucessos da Bossa Nova. Aquele foi o início de sua carreira internacional, a partir dali foram uma sucessão de propostas que resultaram em vários discos, tournées pelo mundo e parcerias inesquecíveis com diversos artistas com Stéphane Grappelli, Michel Legrand, Liza Minelli e Claude Nougaro, entre outros.
Baden Powell trilhou um caminho de sucesso, respeitado e reverenciado por sua musicalidade e genialidade como instrumentista. Ganhou reconhecimento mundial, deixando seus acordes gravados no coração de vários fãs pelo mundo. Gravou mais de 70 discos e recebeu diversos prêmios pelo conjunto de sua obra, deixando um imenso legado a todos os músicos e amantes da música. Sua influência é marcante e está presente nas novas gerações de músicos, contribuindo para a evolução da música brasileira.
Todos os dias agradeço à Deus e aos orixás por ter podido conviver por vinte e dois anos com este artista; com quem continuo aprendendo.
À Benção, papai! Saravá Baden Powell!

Discografia
1959 - 78 RPM
1959 - Apresentando Baden Powell e seu Violão
1961 - Um Violão na Madrugada
1962 - Baden Powell (Compacto Duplo)
1962 - Baden Powell Swing With Jimmy Pratt
1963 - Baden Powell à Vontade
1964 - O Mundo Musical de Baden Powell (gravado na França)
1965 - Billy Nencioli / Baden Powell
1966 - Baden Powell ao Vivo no Teatro Santa Rosa
1966 - Os Afrosambas - Baden & Vinícius
1966 - Tempo Feliz
1966 - Tristeza on Guitar
1967 - Berlin Jazz Festival
1968 - Poema on Guitar
1968 - Show Recital: Baden, Marcia & Originais do Samba
1969 - 27 Horas de Estúdio
1969 - Le Monde Musical de Baden Powell - Vol. 2
1970 - Baden Powell Quartet Vol. 1
1970 - Baden Powell Quartet Vol. 2
1970 - Media:Baden Powell Quartet Vol. 3*1970 - Canto on Guitar[[Media:
1970 - Lotus
1970 - Os Cantores de Lapinha
1973 - Solitude on Guitar (gravado na Alemanha)







Por Philippe Baden Powell

domingo, 8 de junho de 2008

Carlos Eduardo Lyra Barbosa


Quando Tom Jobim afirma que Carlos Lyra é o grande "conhecedor dos caminhos", o mestre não exagera. Excepcional melodista, Lyra nasceu historicamente junto com a bossa nova. As melodias inspiradas resistem ao tempo, mostrando que o verdadeiro caminho é a independência artística. Lyra e a bossa nova praticamente se confundem, mas o autor de Primavera sempre preservou a sua identidade musical. A primeira música de Lyra a ser gravada em LP - Criticando, registrada em 1956 pelo conjunto Os Cariocas - é uma espécie de precursora da clássica Influência do Jazz e já mostrava que o autor manteria sua autonomia em relação à velha bossa, embora a história o colocasse como um dos líderes naturais do movimento (se é que se pode falar em "movimento").
A identidade de Lyra revelou-se nítida logo no primeiro disco, Carlos Lyra - Bossa Nova, lançado em 1959. Uma tal Maria Ninguém já impunha presença ao lado de clássicos como Quando chegares, Menina e Rapaz de bem (foi Lyra o lançador desta composição de Johny Alf). O universo musical de Lyra já não estava restrito aos deliciosos sal, sol e sul cariocas. Ainda que isso ficasse claro somente na segunda e divergente fase do - vá lá - movimento.
A dicotomia que germinava latente entre os bossa-novistas brota mais fortemente a partir de 1961. Neste ano, Lyra lança seu segundo disco com jóias como Minha Namorada, Você e eu e Coisa mais linda. Mas a cabeça (e o violão) já caminhava em outra direção. No mesmo ano, ele é um dos fundadores do Centro Popular de Cultura, o popular CPC, da UNE (União Nacional dos Estudantes). O laço cada vez mais apertado com o teatro e o cinema (que na época era Novo) politiza a obra de Lyra. E nada aconteceu assim tão de repente. Em 1960, ele já havia composto a trilha da peça A mais valia vai acabar, seu Edgar, de autoria do combativo Oduvaldo Vianna Filho. Sem falar na sua posterior atuação junto à diretoria do Teatro de Arena.
Estava pronto o terreno para que Lyra transformasse a bossa do amor, do sorriso e da flor numa música mais pé no chão, em sintonia com uma realidade que já começava a dar os sinais da inconstância política. Lyra entrou logo para a turma dos dissidentes, dos engajados, desafinando todos os coros formados pelos contentes com a estética cool (e já distante naquele momento) do canto e da poesia de João Gilberto e Cia. O terceiro disco de Lyra, lançado em 1963, já trazia Influência do Jazz e Aruanda. O samba deixava o apartamento de Zona Sul para subir o morro. Na contramão, Zé Keti, João do Vale, Nelson Cavaquinho e Cartola iam para o asfalto (e para o CPC) mostrar que nem tudo eram flores no Brasil de 1963 e 1964. Lyra já sabia disso. A consciente Canção do Subdesenvolvido - composta por ele em 1963, em parceria com Chico de Assis - já explicitava uma ideologia incômoda para setores mais conservadores.
O tempo fechou com o golpe militar de 1964 e a saída, para Lyra, foi o auto-exílio. De 1964 a 1971, Lyra esteve fora do Brasil. No exterior, ele percebeu que os dois universos bossa-novistas não eram tão incompatíveis assim.
Tocou com Stan Getz nos Estados Unidos e gravou dois discos no México. E, no entanto era preciso cantar e tocar também no Brasil. De volta a seu país, Lyra regravou seus próprios clássicos. A massa alienada não se esquecia das lindas melodias bossa-novistas, mas a consciência do compositor gritava mais alto. Depois de três discos lançados sem o mesmo impacto de seus antecessores, o autor de Feio não é bonito radicaliza com o incisivo Herói do medo (Continental, 1974) - disco de letras propositalmente dúbias, que tentavam lembrar que, enquanto a multidão driblava a consciência com os gols da seleção e os lances das novelas de televisão, gente era torturada e morta na luta pela democracia. Mas a pressão era grande.
Resultado: um disco censurado e um segundo auto-exílio. Em 1974, Lyra foi para Los Angeles, retornando dois anos depois para cantar em incessantes "shows", as melodias que todos ainda queriam ouvir. O "revival" parece interminável. Não chegava de saudade. Lançado em 1984, o "show" 25 Anos de Bossa Nova dura cinco anos e resulta no homônimo disco ao vivo, nas lojas em 1987. Preso a uma época áurea, Lyra segue repetidas vezes os caminhos elogiados por Tom Jobim. E esses caminhos são, e sempre serão, trilhas das mais inspiradas da música brasileira.
Por Mauro Ferreira



Carlos Lyra disserta sobre Bossa Nova


Gal Costa canta Coisa Mais Linda


Coisa mais bonita é você, assim, justinho você
Eu juro, eu não sei por que você
Você é mais bonita que a flor, quem dera, a primavera da flor
Tivesse todo esse aroma de beleza, que é o amor
Perfumando a natureza, numa forma de mulher
Porque tão linda assim não existe, a flor, nem mesmo a cor não existe,
E o amor, nem mesmo o amor existe
Porque tão linda assim não existe, a flor, nem mesmo a cor não existe

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Haroldo Barbosa


Nasceu na cidade de Rio de Janeiro em 21 de março de 1915. Foi um humorista, jornalista e compositor brasileiro.
Foi amigo de infância de Noel Rosa, Almirante, Braguinha e Araci de Almeida. Durante seus mais de quarenta anos de carreira artística ele realizou mais de trezentas versões para o português de músicas estrangeiras. Foi parceiro de vários compositores e escreveu peças e roteiros de programas humorísticos.
Na década de 40, enquanto trabalhava na Rádio Nacional e apresentava o programa Um Milhão de Melodias, escrevia também para o jornal A Noite. Seus primeiros textos humorísticos também apareceram nessa época em programas de rádio como Cavalgada da Alegria, Rádio Tambarra e Hora dos Amigos do Jazz.
Foi um compositor de grandes sucessos como Mesa de Bar, Isso não se Aprende na Escola e De Conversa em Conversa. Além da Rádio Nacional, passou também pela Rádio Tupi, onde escreveu várias rádionovelas, e pela Rádio Mayrink Veiga.
Em televisão, Haroldo Barbosa estreou em 1957 na TV Rio, passando depois pela TV Excelsior e finalmente pela Rede Globo. Participou das equipes de criação dos programas Chico Anísio Show, Noites Cariocas, O Riso É o Limite, A Cidade se Diverte, Times Square, Faça Humor, Não Faça Guerra, Satiricom e O Planeta dos Homens. Em quase todos os programas formou uma parceria muito premiada com Max Nunes.
Nasceu em Laranjeiras e mudou-se para Vila Isabel. Estudou no Colégio São Bento. Ainda em sua época de estudante, tocava cavaquinho em bailes promovidos em seu bairro.
Em 1933, empregou-se como contra-regra na Rádio Philips, onde também trabalhava seu irmão Evaldo Rui. Nessa função, participou do Programa Casé, no qual apresentavam-se os grandes nomes da época. O programa transferiu-se para a Rádio Sociedade, período no qual assumiu as funções de organizador da discoteca e locutor. Seu irmão Evaldo Rui também se consagrou na música popular como letrista, e sua filha Maria Carmem Barbosa é escritora e dramaturga, desenvolvendo trabalhos, especialmente na TV Globo.
Iniciou sua carreira no rádio, em 1933, na Philips, com César Ladeira, onde fazia de tudo: era contra-regra, locutor, produtor, discotecário. Depois de um período na Rádio Sociedade, passou a trabalhar na Rádio Transmissora, transferindo-se pouco depois para a Rádio Nacional, onde atuou como locutor esportivo. Na Rádio Nacional, desempenhou diversas atividades, entre as quais a elaboração do roteiro de "O grande teatro", de César Ladeira, um dos programas de maior sucesso do rádio na época. Foi também o organizador de uma orquestra sinfônica, composta por 68 músicos.
Sua carreira de letrista e versionista começou em meados da década de 1940, quando trabalhava na Rádio Nacional, em um programa estrelado por Francisco Alves. Com acesso fácil às mais recentes novidades musicais vindas do exterior, passou a fazer versões para que o Rei da Voz as cantasse em primeira mão. Dentre suas versões, destacam-se "Trolley song", "Poinciana", "Malagueña", "Adiós, pampa mia", "Uno amor", etc.
Em 1943, obteve sucesso com "De conversa em conversa", com Lúcio Alves, samba gravado por Isaura Garcia. Por volta de 1945, idealizou "A canção romântica" especialmente para o cantor Francisco Alves, programa que marcou e impulsionou a carreira do cantor. No mesmo ano, compôs a valsa "Lídia, a mulher tatuada", uma versão gravada pelo grupo vocal Os Trovadores; com Wilson Batista, compôs o samba "Cabo Laurindo", gravado por Jorge Veiga e com Janet de Almeida o samba "Eu quero um samba", gravado pelo grupo Namorados da Lua, que teve grande repercussão posterior, quando foi regravado pelo cantor João Gilberto. Pouco depois, passou a dirigir o programa "Um milhão de melodias", sucesso noturno da PRE-8 onde diversos artistas apresentavam-se interpretando versões de sua autoria para músicas de sucesso.
Dentre suas versões, destacam-se "Trolley song", "Poinciana", "Malagueña", "Adiós, pampa mia", "Uno amor", etc. Em 1946, compôs com Maria Grever, o bolero "Te quero, disseste", gravado por Francisco Alves na Odeon. Em 1947, destacou-se com os sambas "Adeus América" e "Tintin por tintin", ambas com Geraldo Jacques, sucessos lançados pelo conjunto Os Cariocas. "Adeus América" seria posteriormente consagrada a partir da regravação feita por João Gilberto. No mesmo ano, Isaurinha Garcia lançou com sucesso na RCA Victor com Os Namorados da Lua o samba "De conversa em conversa", parceria com Lúcio Alves. Da Rádio Nacional, transferiu-se para a Rádio Mayrink Veiga, onde tornou-se responsável por diversos programas humorísticos. Nessa função, lançou os humoristas Chico Anysio e Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta. Entre os sucessos por ele lançados na emissora, destacam-se "Esse Norte é de morte" "A cidade se diverte" e "Alegria da rua".
Em 1948 fez grande sucesso no carnaval com a marcha "Barnabé", parceria com Antônio Almeida, gravada na Continental por Emilinha Borba. Composta inicialmente para um número musical a ser apresentado no Cassino da Urca, a marcha foi cantada em dueto por Grande Otelo e Linda Batista em show dirigido por Chianca de Garcia. Com a chega do carnaval daquele ano e coincidindo com campanha salarial dos funcionários públicos, teve seus versos adaptados, retratando o servidor humilde e sempre individado: "Todo mês é descontado/Vive sempre pendurado/Não sai desse tereé".
Em 1951, compôs com Lúcio Alves o "Baião de Copacabana", gravado na Odeon por Alcides Gerardi e com Claudionor Cruz o samba canção "Falas de mim", registrado por Deo na Sinter. Em 1952, o samba "Mania de conversar", parceria com Geraldo Jacques, foi gravado pelos Vocalistas Tropicais. Em 1953, sua marcha "Foi um boi..." foi gravada por Pato Preto. Em 1954, lançou o samba "Joãozinho boa pinta", com Geraldo Jacques, gravado por Fafá Lemos na RCA Victor e fez a valsa "É o amore", versão para composição de Brooks e Warren, gravada por João Dias na Odeon. No ano de 1957, ingressou na televisão, tendo sido redator de alguns dos mais célebres programas humorísticos da TV, como o Chico Anysio Show, O Riso É o Limite e O Planeta dos Homens, ao lado de Max Nunes.
Em 1961, compôs o samba "Palhaçada", feito em parceria com Luís Reis, um de seus mais constantes parceiros. Samba que focaliza as desventuras de um rapaz que apesar de enganado e abandonado pela mulher admite aceitá-la de volta. Só no ano de 1961 teve 11 gravações, o que comprova seu sucesso. No entanto, a gravação de Miltinho na RGE foi a mais marcante. O cantor foi ainda responsável pelo lançamento de inúmeros sucessos da dupla, entre os quais "Só vou de mulher", "Devagar com a louça" e "Meu nome é ninguém". Em 1962, Miltinho lançou pela RGE o samba canção "Canção da manhã feliz" e o samba "Meu nome é ninguém", parcerias com Luiz Reis. Suas composições foram gravadas por grandes nomes da Música Popular Brasileira como Elizeth Cardoso, que registrou "Tudo é magnífico" e "Nossos momentos", Dóris Monteiro que gravou "Fiz o bobão" e ainda Aracy de Almeida e Nora Ney. Posteriormente, passou a trabalhar como produtor de programas humorísticos na TV Globo, atuando ao lado de Max Nunes, seu parceiro nesse tipo de programa desde o tempo da Rádio Nacional, mas nunca faltaria tempo para exercer sua paixão, o "turf", no Hipódromo da Gávea.
Em 1975, seu samba "Notícia de Jornal" parceria com Luís Reis, foi gravado por Chico Buarque em "Chico Buarque e Maria Bethânia ao Vivo". Em 1989, pouco antes de morrer, Elizeth Cardozo gravou, ao lado do violão de Rafael Rabelo, "Canção da manhã feliz", outra parceria com Luís Reis. João Gilberto tem incluído composições suas em muitos de seus discos, como a já citada "Adeus, América" e também "Pra que discutir com Madame", parceria com Janet de Almeida, entre outras.

Músicas
Adeus, América (c/ Geraldo Jacques) • Adiós muchachos • Adios, pampa mia • Amor • Baião de Copacabana (c/ Lúcio Alves) • Bar da noite (c/ Bidu Reis) • Barnabé (c/ Antônio Almeida) • Cabo Laurindo (c/ Wilson Batista) • Canção da manhã feliz (c/ Luís Reis) • De conversa em conversa (c/ Lúcio Alves) • Devagar com a louça (c/ Luís Reis) • É o amore (c/ J. Brooks e H. Warren) • Eu quero um samba (c/ Janet de Almeida) • Falas de mim (c/ Claudionor Cruz) • Fiz o bobão • Foi um boi... • Joãozinho boa-pinta (c/ Geraldo Jacques) • Lídia, a mulher tatuada (c/ A. Habure) • Malagueña • Mania de conversar (c/ Geraldo Jacques) • Meu nome é ninguém (c/ Luís Reis) • Moeda quebrada (c/ Luís Reis) • Não se aprende na escola • Nossos momentos (c/ Luís Reis) • Notícia de jornal (c/ Luís Reis) • Palhaçada (c/ Luís Reis) • Poinciana • Pra que discutir com madame (c/ Janet de Almeida) • Quando este nego chega • Só vou de mulher (c/ Luís Reis) • Te quero, disseste (c/ Maria Grever) • Tintim por tintim (c/ Geraldo Jacques) • Trolley song • Tudo é magnífico (c/ Luís Reis) • Uno

João Gilberto - Pra que discutir com madame?


Madame diz que a raça não melhora
Que a vida piora por causa do samba,
Madame diz o que samba tem pecado
Que o samba é coitado e devia acabar,
Madame diz que o samba tem cachaça, mistura de raça mistura de cor,
Madame diz que o samba democrata, é música barata sem nenhum valor,
Vamos acabar com o samba, madame não gosta que ninguém sambe
Vive dizendo que samba é vexame
Pra que discutir com madame.

No carnaval que vem também concorro
Meu bloco de morro vai cantar ópera
E na Avenida entre mil apertos
Vocês vão ver gente cantando concerto
Madame tem um parafuso a menos
Só fala veneno meu Deus que horror
O samba brasileiro democrata
Brasileiro na batata é que tem valor.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Lúcio Ciribelli Alves


Nasceu em Cataguases/MG, no dia 28 de janeiro de 1927.
No início da década de 1950 se tornou um dos cantores mais populares do rádio. Gravou com Dick Farney - Teresa da praia (Tom Jobim/Billy Blanco, Sábado em Copacabana (Dorival Caymmi/Carlos Guinle), Valsa de uma cidade (Ismael Neto/Antônio Maria), Xodó (Jair Amorim/J M de Abreu).
Lançou o disco Lúcio Alves interpreta Dolores Duran - 1960 - homenageando a cantora que morreu em 1959. Os discos A bossa é nossa e Balançamba, destacam-se as suas interpretações para Dindi (Tom Jobim/Aloysio de Oliveira), Samba da minha terra de Dorival Caymmi, Ah, se eu pudesse e O barquinho (Roberto Menescal/Ronaldo Bôscoli). Dóris e Lúcio no Projeto Pixinguinha - com Dóris Monteiro - gravadora EMI Odeon Brasil - 1978.
Romântico/A arte do espetáculo - ao vivo - gravado ao vivo no restaurante-bar Inverno & Verão - São Paulo - agosto de 1986. Foi a última gravação de Lúcio Alves.
Mineiro de Cataguases, filho de um maestro de banda, começou a tocar violão na infância. Mudou-se ainda criança para com a família para o Rio de Janeiro, onde começou a participar de programas de rádio, como cantor e radio-ator. Nos anos 40 criou o grupo Namorados da Lua, em que era cantor, violonista e arranjador. O conjunto gravou alguns discos e foi popular até sua dissolução, em 1947, quando Lúcio Alves partiu para carreira solo. Ainda adolescente começou também a compor, tendo feito em parceria com Haroldo Barbosa a obra-prima "De Conversa em Conversa". Mais tarde, com o mesmo parceiro, emplacou "Baião de Copacabana". Lançou o primeiro disco individual em 1948, com um bolero ("Solidão", versão de Aloysio de Oliveira para "Tres Palabras", de O. Ferrez). No início dos anos 50 tornou-se um dos cantores mais populares do rádio, ao lado de Dick Farney, com quem gravou em dupla uma das primeiras composições de Tom Jobim e Billy Blanco, "Teresa da Praia". Outros sucessos foram "Sábado em Copacabana" (Dorival Caymmi/ Carlos Guinle), "Valsa de uma Cidade" (Ismael Neto/ Antônio Maria), "Xodó" (Jair Amorim/ J.M. de Abreu). Em 1960 lançou o disco "Lúcio Alves Interpreta Dolores Duran", em homenagem à cantora e compositora falecida no ano anterior. Na década de 60 gravou diversos discos de bossa nova, como "A Bossa É Nossa" e "Balançamba" (relançado em CD). Dessa fase bossa novas destacam-se suas interpretações para "Dindi" (Tom Jobim/ Aloysio de Oliveira), "O Samba da Minha Terra" (Caymmi), "Ah, Se Eu Pudesse" e "O Barquinho" (Roberto Menescal/ Ronaldo Bôscoli). Nos anos 70 trabalhou como produtor musical em emissoras de televisão, gravando esporadicamente.
Lúcio Alves morreu na cidade do Rio de Janeiro em 3 de agosto de 1993.



A Vizinha do Lado


A vizinha quando passa
Com seu vestido grená
Todo mundo diz que é boa
Mas como a vizinha não há
Ela mexe co'as cadeiras pra cá.
Ela mexe co'as cadeiras pra lá.
Ele mexe com o juízo
Do homem que vai trabalhar

Há um bocado de gente
Na mesma situação
Todo mundo gosta dela
Na mesma doce ilusão
A vizinha quando passa
Que não liga pra ninguém
Todo mundo fica louco
E o seu vizinho também

A vizinha quando passa
Com seu vestido grená
Todo mundo diz que é boa
Mas como a vizinha não há
Ela mexe co'as cadeiras pra cá.
Ela mexe co'as cadeiras pra lá.
Ele mexe com o juízo
Do homem que vai trabalhar

Ela mexe co'as cadeiras pra cá.
Ela mexe co'as cadeiras pra lá.
Ele mexe com o juízo
Do homem que vai trabalhar

Há um bocado de gente
Na mesma situação
Todo mundo gosta dela
Na mesma doce ilusão
A vizinha quando passa
Que não liga pra ninguém
Todo mundo fica louco
E o seu vizinho também

domingo, 1 de junho de 2008

William Blanco Abrunhosa Trindade


Nasceu em Belém do Pará, no dia 8 de maio de 1924. É arquiteto, músico, compositor e escritor brasileiro.
Atraído pela música desde criança, quando começou a compor tinha o cuidado ao escrever seus sambas, com letras elaboradas, assuntos e composições das canções.
Nos anos de 1940, quando cursava o segundo ano de engenharia, foi para São Paulo, para fazer o curso de arquitetura, ingressou no Mackenzie College em 1946. Foi para o Rio de Janeiro, e estudou na Faculdade de Arquitetura e Belas Artes, em 1948. Graduando-se em 1950, em arquitetura.
Tem um estilo próprio, descrevendo os acontecimentos a sua volta, com humor ou no gênero exaltação, falando de amor e das desilusões; onde seu samba sincopado, que fugia da cadência vigente do estilo , passou a chamar à atenção dos cantores da época. Sua primeira composição foi Pra Variar em 1951.
Nos anos 50 e 60 seus sucessos foram gravados por Dick Farney, Lúcio Alves, João Gilberto, Dolores Duran, Sílvio Caldas, Nora Ney, Jamelão, Elizeth Cardoso, Dóris Monteiro, Os Cariocas, Pery Ribeiro,Miltinho, Elis Regina e Hebe Camargo. Seu primeiro sucesso foi Estatutos da Gafieira, na voz de Inesita Barroso - gravação RCA Victor - 1954.

Parcerias
Baden Powell - Samba triste
Tom Jobim - Sinfonia do Rio de Janeiro - Suíte Popular em ritmo de samba - 1960.
João Gilberto - Descendo o morro.A montanha/O morro - onde os dois doutores do asfalto, homenajeiam o samba de gente simples e de favela.
Cinquenta e seis parcerias com o violonista Sebastião Tapajós e com outros compositores, num total de quinhentas músicas, sendo que trezentas já gravadas.

Sucessos consagrados
Sinfonia Paulistana, Tereza da praia, O morro, Estatuto da gafieira, Mocinho bonito, Samba triste, Viva meu samba, Samba de morro, Pra variar, Sinfonia do Rio de Janeiro.

Sinfonia do Rio de Janeiro
É composta por dez canções, escritas em parceria com Tom Jobim, em 1960. As canções são Hino ao Sol, Coisas do dia, Matei-me no trabalho, Zona sul, Arpoador, Noites do Rio, A montanha, O morro, Descendo o morro e o Samba do amanhã.

Sinfonia Paulistana
Foi concluída em 1974. Billy Blanco trabalhou nela durante dez anos. É composta por quinze canções, cantadas por Elza Soares, Pery Ribeiro, Cláudia, Claudette Soares, Nadinho da Ilha, Miltinho, coro do Teatro Municipal de São Paulo. Produção de Aloysio de Oliveira e orquestra regida pelo maestro Chico de Moraes.
As músicas se chamam Louvação de Anchieta, Bartira, Monções, Tema de São Paulo, Capital do tempo, O dinheiro, Coisas da noite, O céu de São Paulo, Amanhecendo, O tempo e a hora, Viva o camelô, Pro esporte, São Paulo jovem, Rua Augusta e Grande São Paulo.
Destacando-se o carimbó épico Monções, e a original fusão bossa-pop em O tempo e a hora.







Billy Blanco e Pedro Sol cantam Teresa da Praia


- Lúcio!
Arranjei novo amor no Leblon
Que corpo bonito, que pele morena
Que amor de pequena, amar é tão bom!
- O Dick!
Ela tem um nariz levantado?
Os olhos verdinhos bastante puxados,
Cabelo castanho e uma pinta do lado?
- É a minha Teresa da praia!
- Se ela é tua é minha também
- O verão passou todo comigo
- O inverno pergunta com quem
- Então vamos a Teresa na praia deixar
Aos beijos do sol e abraços do mar
Teresa é da praia, não é de ninguém
- Não pode ser tua,
- Nem tua também
- Teresa é da praia,
Não é de ninguém

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