No Vale da Vida - 1º capítulo
Vale da Vida, é o nome da clínica de aborto do Dr. Mário e da Dra. Silvana. Duas excelentes pessoas, que se amam e amam ajudar os animais. Eles fazem parte da ong "Salvem os Bichos", que levanta fundos para preservar e proteger diversos tipos de animais, de um gato até uma baleia.
- Bem vinda ao Vale da Vida - sorriu Dr. Mário ao receber Dona Elisa em sua sala - Que saudades!
Os dois se abraçaram e deram muitas risadas a toa.
- Dr. Mário me sinto envergonhada, já é a terceira vez só este ano - disse Dona Elisa com um ar pedindo a retórica do doutor.
- Dona Elisa - disse Dr. Mário pegando nas mãos da senhora de 42 anos - Não há porque se lamentar, a senhora tem todo o direito, é porque isso existe o Vale da Vida, para ajudar a sua vida.
Dona Elisa soltou um ar aliviada.
Por uma bagatela de R$ 5.000,00, ela fez o seu terceiro aborto no ano.
***
Dra. Silvana e Dr. Mário estavam na cama, tinham acabado de fazer sexo. Ele acendeu um cigarro.
- A Dona Elisa fez o terceiro aborto este ano - revelou Mário.
- Uau! O terceiro já?
- Pois é.
- O senhor Alfredo não está perdendo tempo mesmo.
- Ficou louca Silvana, dona Elisa está transando com um tal de Emanuel, jardineiro da casa, você acha que o velho Alfredo dá conta do recado?
- Que megera! Quer dizer que os três filhos eram do jardineiro?
- O próprio.
Silvana desatou a gargalhar.
***
Henrique era um jovem católico ferveroso, ele seria da categoria Testemunha de Jeová do catolecismo. Não disperdiçava uma oportunidade para condenar o casal Nilo, ou seja, Dr. Mário e Dra. Silvana.
Ele, que era contra qualquer tipo de aborto, estava em frente a clínica Vale da Vida com um cartaz contra o aborto.
O casal Nilo se aproximou com seu carro esporte do solitário manifestante. Dr. Mário abaixou o vidro e sorriu para Henrique.
- O que foi agora Henrique? - perguntou o doutor.
- Deus vai te dar mil séculos de castigo por cada vida que o senhor e sua senhora matam nesta clínica - ultimou Henrique.
- Escuta aqui seu comedor de carne nojento e virgem - disse Mário engrossando a voz - ninguém mata ninguém aqui, a gente favorece os que estão vivos e não aqueles que ainda não nasceram, entendeu cara de cuia?
Mário fechou o vidro e entrou para o estacionamento da clínica, deixando Henrique sozinho na rua.
- Eu sou virgem com orgulho - gritou Henrique meio sem saber o que responder.
- Miseráveis, eles vão me pagar! - prometeu o contrariado e virgem assumido.
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