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quarta-feira, 29 de abril de 2009

Do blog do Josias

BC anuncia nesta quarta a menor Selic da história

Copom divulga a nova taxa de juros no início da noite

Seja qual for o corte, índice será o  menor da  história

Taxa atual, de 11,25%, iguala marca obtida em 2007

Com a queda, vai-se quebrar uma escrita de 10 anos

Alan E. Cober

O bordão preferido de Lula ajusta-se como luva à reunião do Copom.

Iniciada na véspera, termina nesta quarta (29), com o anúncio da nova Selic.

Nunca na história desse país os juros, embora ainda lunares, foram tão baixos.

Dá-se de barato que a taxa vai cair. Discute-se apenas o tamanho do talho.

Seja qual for a dimensão, a nova Selic será a mais baixa em dez anos.

Desde que virou referência da economia, em 99, a Selic jamais recuara tanto.

No mês passado, o Copom reduzira os juros básicos de 12,75% para 11,25%.

Uma taxa que já vigorara entre 6 de setembro de 2007 e 7 de março de 2008.

Qualquer coisa abaixo disso se converterá na mais baixa Selic da história.

O mercado estima que o Copom reduzirá o ritmo de queda dos juros.

Em vez do 1,5 ponto do mês passado, o corte agora seria de 1 ponto percentual.

Confirmando-se essa hipótese, a Selic histórica seria fixada em 10,25%.

No último Copom realizado sob FHC, em 18 de dezembro de 2002, era de 25%.

No primeiro Copom sob Lula, em 22 de janeiro de 2003, subiu para 25,5%.

A maior Selic de Lula foi de 26,5%. Vigorou entre fevereiro e março de 2003.

Para os leitores não versados na matéria, vale lembrar o que é o Copom.

O nome que se esconde atrás da sigla é Conselho de Política Monetária.

Foi criado em 20 de junho de 96. Fixa as diretrizes da política monetária.

É integrado pelo presidente e pelos diretores do Banco Central.

Suas reuniões duram dois dias. No primeiro, analisa-se a conjuntura.

No segundo, define-se a taxa de juros que norteia a economia.

O Copom ganhou relevância a partir de 21 de junho de 99, ainda sob FHC.

Nesse dia, criou-se, por decreto, o “sistema de metas para a inflação”, que vigora até hoje.

Desde então, cabe ao Copom zelar pelo cumprimento das metas inflacionárias.

É nesse contexto que entra a definição dos juros.

Na cabeça dos que não são versados em economia surge a segunda pergunta:

O que diabos é Selic? É a sigla de “Sistema Especial de Liquidação e Custódia”.

Ficou na mesma? Pois vamos esmiuçar um pouco mais. Criado em 79, o sistema Selic é o depositário dos títulos da dívida pública.

É um banco de dados que anota as transações diárias realizadas com esses títulos. Na ponta, está a clientela que investe em fundos lastreados em títulos do governo.

Mas as transações registradas no Selic são feitas entre casas bancárias. Embutem um custo –os juros que incidem sobre as operações.

O sistema Selic calcula a média ponderada desses juros. A conta é complicada. Melhor nem tentar entender. Veja aqui.

O resultado do cálculo é chamado de taxa Over-Selic. É a Selic do dia. Anualizando-se o índice, chega-se à Selic que serve de referência para a economia.

A taxa Selic foi adotada como índice referencial em 5 de março de 99. Chegou com ares de bicho-papão.

A primeira Selic de FHC, anunciada no mesmo 5 de março de 99, foi fixada em 45%! Antes disso, o Banco Central servia-se de outras duas taxas: TBC e TBAN.

A primeira –“Taxa Básica do Banco Central”— sinalizava ao mercado o piso dos juros. A segunda –“Taxa de Assistência do Banco Central”— funcionava como teto.

Desde que foi criado, em 96, o Copom realizou 141 reuniões. A que termina nesta quarta (29) é a 142ª.

É a 106ª reunião desde que começou a vigorar o sistema de metas de inflação, em 99. Já lá se vão dez anos. E nunca se havia saboreado uma Selic inferiror a 11,25%.

Pressionando aqui, você chega a um quadro com a evolução da taxa de juros. Deve-se à crise global o atual ciclo de redução.

A retração de 3,6% no PIB do quarto trimestre de 2008, intimou o Copom a manusar a faca com mais ousadia.

Uma ousadia que serve de estímulo ao empresariado na hora de programar os investimentos. Mas que tem sido de pouca serventia para o brasileiro pendurado em dívidas.

A despeito das sucessivas quedas da Selic, os juros médios que incidem sobre o cheque especial estão em insuportáveis 145% ao ano.

No cartão de crédito, a coisa fica ainda mais salgada: média anual de 238% de juros.

Escrito por Josias de Souza às 05h55

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